15 de junho de 2014 • 16h42 • atualizado às 17h12
Ministro vê Copa sem problemas e critica hostilidade a Dilma
Klaus Richmond
Direto de Santos (SP)
Rebelo foi um dos políticos presentes a inauguração do museu
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, esteve presente neste domingo na inauguração do Museu Pelé, em Santos. O político aproveitou a aparição pública para minimizar as críticas a organização da Copa do Mundo, citando que "tudo tem respondido às expectativas do evento", e ainda condenou os xingamentos à presidente do País, Dilma Rousseff, na partida de estreia da competição, na última quinta.
"Os aeroportos, mobilidade, segurança pública, rede hoteleira, sistema de saúde, enfim, tudo o que deveria responder as expectativas do evento, respondeu. Na parte técnica temos uma Copa espetacular, jogos de grande qualidade, como o realizado por Espanha e Holanda. Daqui por diante é seguir o padrão estabelecido e conduzir os trabalhos para o desfecho, a final no Maracanã, em 13 de julho", disse.
"Conversei com várias pessoas que foram ao estádio (em São Paulo, na estreia da Seleção). Não sei do que a Fifa se desculpou. Eu ouvi e vi o trânsito fluir com normalidade de cidade grande, com metrô e trem funcionando. Ocorreram as manifestações, que enquanto mantiveram-se pacíficas foram respeitadas", completou.
O evento estava marcado para as 9h (de Brasília) deste domingo, mas começou só às 10h50. Pelé ficou apenas 15 minutos na visitação do próprio museu, acompanhado de políticos. Entre os presentes, José Serra, Geraldo Alckmin e Marta Suplicy. Ídolos do Santos também compareceram à cerimônia.
O nome mais aguardado era o de Dilma Rousseff, mas a presidente não compareceu. Ainda assim, Dilma enviou uma mensagem gravada de cerca de dois minutos. No vídeo, a presidente destacou “nosso craque, nosso rei”, que “merece ser reverenciado".
Dilma foi hostilizada ao término da Cerimônia de Abertura da Copa do Mundo de 2014. Depois da participação dos cantores Claudia Leitte, Pitbull e Jennifer Lopez, o que se ouviu foram xingamentos a atual presidente doBrasil e Fifa, entidade que organiza o Mundial. Os gritos de "ei, Dilma vai tomar no c..." e "ei, Fifa vai tomar no c...", que começaram baixo no estádio, ganharam proporção.
"Há de se fazer diferença entre vaia, que é comum nos estádios com jogadores, técnicos e árbitros, ao xingamento. Ultrapassaram os limites da manifestação política. Foi uma demonstração de intolerância, falta de respeito e educação. Pessoas que receberam instrução formal e assumiram comportamento quase selvagem, marcado pelo ódio. Foi inaceitável, imperdoável. O espetáculo de abertura não merecia aquele ato de desrespeito a qualquer pessoa, principalmente a presidente", criticou.
Na ocasião, alguns torcedores que apoiam a administração da presidente tentaram responder gritando o nome da política. Dilma já está presente naArena Corinthians e chegou ao estádio vestida de verde, cor do Palmeiras, arquirrival do dono do estádio da abertura da Copa. Os xingamentos ocorreram no momento em que o alto-falante do estádio anunciou uma homenagem aos operários que construíram as 12 arenas que sediarão os jogos da Copa do Mundo.
Os insultos a Dilma voltaram a se repetir logo após os torcedores cantarem a capela o hino nacional com os jogadores perfilados no gramado. Dessa vez, mais forte e com o estádio bem mais cheio do que na primeira vez que o grito foi entoado.
Após a vitória por 3 a 1 diante da Croácia na estreia, o Brasil volta a jogar nesta terça-feira, contra o México, às 16h (de Brasília), no Castelão, em Fortaleza.